"Sobre a primeira edição da "Grande Corrida de Automóveis Figueira da Foz Lisboa" (nome dado ao evento em 1902), completam-se 100 anos este domingo, 27 de Outubro (2002). Dos dez participantes que saíram da Figueira da Foz, chegaram ao fim apenas três: o Darracq de 8 cv, de Tavares de Melo, tripulado pelo francês Edmond, que chegaria a Lisboa em 6 horas, 24 minutos e 5 segundos, mas viria a ser desclassificado, o Fiat do Infante D. Afonso, conduzido pelo italiano Giuseppe Bordino, e que venceria a prova, e na terceira posição, novamente um Darracq, guiado por Afonso de Barros, que chegaria à capital em 8 horas, 43 minutos e 43 segundos.
Da Figueira da Foz, os concorrentes dirigiram-se para Montemor-o-Velho e daí para Coimbra, onde Tavares de Melo, ao volante de um Darracq, foi substituído por Edmond, dando origem à posterior desclassificação do veículo que mais depressa completou o trajecto. Seguiram-se Leiria, Alcobaça, Óbidos, Cadaval, Azambuja, Alhandra, Alverca e, finalmente, Lisboa."
Retirado do http://antoniocruz.net/mostrar/eventos/2002/automoveisantigos/
Darracq [1902] |
Veio para Portugal, em Outubro de 1902, através da alfândega da Figueira da Foz, mas despachado como máquina agrícola, por não haver ainda pautas aduaneiras para os automóveis. Francisco Augusto Pereira Gonçalves de Tentúgal, pai do médico Armando Augusto Leal Gonçalves, tornou-se o seu primeiro proprietário ao adquiri-lo por 2050$00. Foi registado em 20 de Fevereiro de 1903, por só então se tornar obrigatório o registo. Nessa data fizeram o exame de condução ao proprietário e seu filho, sendo examinador um engenheiro das Obras Públicas que, por sinal, nunca havia entrado num automóvel. Foi pois na qualidade de examinador que o fez pela primeira vez. Bem consciente da importância histórica do acto, apresentou-se o dito engenheiro de sobrecasaca e chapéu alto. Os examinandos prestaram, com êxito, as suas provas, tendo sido atribuída a carta n.º 1, de Coimbra, ao proprietário do Darracq e a seu filho a n.º 2. Ao Darracq, talvez como augúrio de um futuro brilhante foi dada a matrícula n.º 1 de Coimbra. Não se desmoralizou Francisco Pereira Gonçalves com alguns problemas de aquecimento que o carro trazia de fábrica. O radiador, que era um tubo largo em serpentina colocado a frente do eixo, foi modificado para o modelo adoptado pela fábrica em 1904, o que além de resolver essa dificuldade beneficiou a estética do carro, tornando-o mais elegante. Concluída essa transformação parte para longas viagens, verdadeiras aventuras, através das estradas de então, se é que estradas podiam ser consideradas. Tendo Coimbra como ponto de partida vai à Serra da Estrela, à Serra da Pampilhosa, a Tancos, a Castelo de Vide... O Caramulo é por diversas vezes alcançado em visita a um familiar do proprietário, que aí se encontrava por ter contraído tuberculose. Nessa altura a estrada só chegava ao meio da Serra, entre Campo de Besteiros e o actual Museu. Em 1903 entra para a “História” como protagonista do primeiro acidente automóvel em Coimbra. Perto de Sansão o abalroamento com o Benz do Dr. Joaquim Augusto de Sousa Refóios, Lente da Universidade de Coimbra, dá origem a estragos materiais no valor de 15$80 no Darracq e 37$60 no Benz. O caso acaba em tribunal sendo a questão ganha pelo Dr. Armando Gonçalves. O Darracq mantém-se na posse dos herdeiros de Armando Gonçalves, abandonado numa quinta perto de Tentúgal. Em 1952 os médicos do Caramulo, Trajano Pinheiro e Carlos Madeira Lopes, conseguem comprá-lo para o oferecerem a João de Lacerda, como presente de anos, em 19 de Agosto. Em Lisboa, nas oficinas do Eng.º José Jorge Canelas, é restaurado ao mais pequeno pormenor. Inicia uma nova vida de grandes sucessos... A clássica “London Brighton” é cumprida, com êxito, em 1974-79-86. Em 1978, no “Rallye du Luxembourg”, não tem qualquer problema em terminar e recentemente, a 2 de Outubro de 1994, participou no “Rallye des Ancêtres dans les Hauts de Seine”, equivalente em França ao “London Brighton”, isto é, reservado apenas a automóveis fabricados até 1904. Este belo automóvel de bonita carrosserie, em madeira envernizada, fabricada por A. Vedrine et Cie, Courbevoie – Seine, está registado, no Veteran Car Club of Great Britain, com o n.º 865, e integra a colecção permanente de automóveis do Museu do Caramulo. Este Darracq estará em exposição no Salão Motorclássico em Lisboa, a decorrer nos dias 24, 25 e 26 de Março, na FIL em Lisboa. Características: |
A minha Avó e o marido Afonso de Barros a quem a minha mãe dizia de brincadeira:
- "Oh Paizinho eu a correr ao lado do carro ando mais depressa..."
Ora isto não se diz ao corredor que ficou em 3º lugar na 1ª corrida de automóveis Figueira da Foz/Lisboa!!!!
Malandrinha ela.....
Este automóvel não sei o que era!
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